Biscoitinho da Sorte:

Tudo o que você sempre quis saber sobre Star Trek

É muito comum o público geral confundir Star Trek(Jornada nas Estrelas) com Star Wars (Guerra nas Estrelas), ou até mesmo os próprios fãs das duas franquias se digladiarem em provocações exaltando as qualidades de suas paixões.

Nestas pelejas, Star Trek é frequentemente acusado de ser parado, confuso e entediante. E pode até ser para uma mente distraída, mas em uma análise mais minuciosa, a riqueza encontrada na fronteira final do espaço justifica o fenômeno que revolucionou a cultura pop e moldou o universo nerd que conhecemos hoje, antes mesmo da saga de George Lucas.

Hoje, depois de 6 séries de TV e 11 filmes, fica difícil imaginar queStar Trek (1966-1969) não chegou ao mundo na glória do sucesso. Na verdade, as dificuldades que o criador Gene Roddenberryenfrentou para conseguir lançar e manter a série foram resultados óbvios do impacto de ideias visioárias em um monolito de conservadorismo.

Star Trek estreou em 1966 com um elenco multiétnico, que obedecia o conceito de um futuro utópico, de paz e união mundial justamente em uma época conturbada pela segregação racial nos Estados Unidos, guerra do Vietnã, o medo vermelho do comunismo e da guerra nuclear.

A rede NBC repudiou o piloto “The Cage”(A Jaula), que apresentava uma mulher (Majel Barrett, que depois se tornou a Sra. Roddenberry) como a oficial segundo em comando da Enterprise. Segundo a emissora, a ideia era ridícula e ninguém jamais acreditaria nisso, nem em um programa de ficção-científica.

Muita coisa teve que ser mudada para Star Trek nascer como uma série. Todo o elenco do piloto caiu, com exceção de Leonard Nimoy(que permaneceu como Spock, mas ganhou sua fria lógica sem emoções) e Majel Barrett (que virou enfermeira) em um segundo piloto chamado “Where No Man Has Gone Before” (Onde Nenhum Homem Jamais Foi).

Capitão Pike (Jeffrey Hunter) e Spock (Leonard Nimoy) no piloto rejeitado “The Cage”.

A NBC queria um elenco principal de homens brancos. Roddenberry não podia ganhar todas as batalhas, então deu o posto de segundo em comando a Spock, que era incialmente visto como um homem estranho de aparência satânica, mas acabou passando. Com esta jogada e com uma patente menor, Roddenberry não só conseguiu manter uma mulher na ponte de comando, mas conseguiu um feito inédito: uma mulher negra em um elenco principal, a oficial de comunicações Uhura (Nichelle Nichols).

FATO CURIOSO: Como seu papel era pequeno, Nichelle Nichols pensava seriamente em deixar a série. Quem a convenceu de ficar foi ninguém menos que o Dr. Martin Luther King, dizendo que ela era um símbolo e um modelo a ser seguido por todas as jovens negras norte-americanas.

A tripulação original. Da esquerda para a direita: Scotty,Spock, Kirk, McCoy, Uhura e Chekov.

A Spock e Uhura se juntaram o capitão James T. Kirk (William Shatner), o engenheiro-chefe Scotty (James Doohan), o timoneiroHikaru Sulu (George Takei), que neste segundo piloto era médico. Os outros membros da tripulação clássica viriam depois. O Dr. Leonard “Magro” McCoy (DeForest Kelley) entraria para o grupo no início da série e o navegador Pavel Chekov (Walter Koenig) só na 2ª temporada.

A FRONTEIRA FINAL

Mas engana-se quem pensa que a série estourou logo no início. Ou no meio. Ou no final. Na verdade isso jamais aconteceu enquanto era produzida. Apesar de ter um público fiel entre jovens universitários, nunca atingiu índices satisfatórios de audiência.

Alguns atribuem isso ao pioneirismo antes de seu tempo, outros ao fato da série nunca ter tido chance no horário nobre da NBC. O fato é que Star Trek esteve em apuros desde sua concepção e durou apenas 3 temporadas.

O que foi descoberto tardiamente na extinta série, foi o cerne da boa Sci-Fi, que é estabelecer uma verdade científica, dar um passo além no imaginário, e discutí-la.

Enquanto o cinema pipoca da década de 1950 trazia a Terra enfrentando terríveis invasões alienígenas, Gene Roddenberry pensava: Peraí! Por que uma raça alienígena quereria invadir a Terra? Quais seriam os motivos políticos? De que forma ela seria vista por outras raças ao covardemente assolar uma sociedade inferior, sem capacidade de defesa?

O espaço não era apenas um novo lugar para invocar os mesmos monstros dos mapas navais do século XV. A galáxia deveria estar repleta de complexas sociedades, impérios, conquistadores e mediadores da paz.

E qual seria o papel da humanidade nesse cenário? Uma vez que a Terra havia atingido um patamar de uma utopia socialista, eliminando o dinheiro, guerras, fome e doenças, de onde viria o desafio? E quem estaria a frente dele?

Entra o fantástico texto de abertura, que em poucas palavras justifica exatamente o espírito de Star Trek e nos mostra o que podemos esperar desde admirável mundo novo.

“Espaço, a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise em sua missão de cinco anos em busca de estranhos novos mundos, novas vidas e novas civilizações. Audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve.”

A humanidade estava inserida e enterrada nas burocracias diplomáticas de uma comunidade galáctica, representada pelaFederação Unida dos Planetas, no entanto, dentre os massivos recursos da Frota Estelar, havia uma nave inteiramente dedicada à exploração do desconhecido, tripulada por desbravadores sob o comando de James T. Kirk e seu oficial de ciências, o meio-vulcano/meio-humano Spock.

Uma combinação de personagens que deu muito certo. Enquanto Kirk, apesar de competente, era um capitão impulsivo, que rasgava qualquer manual ou protocolo de ação da Frota Estelar em prol do instinto, Spock, em toda sua lógica vulcana e emoções suprimidas, era um contrassenso perfeito nesta mistura.

Notável também era a personalidade forte e o frequente mau humor do Dr. McCoy com seus bordões típicos, como “Eu sou um médico, não uma escada rolante!”, ou o alívio cômico de Scotty aos berros pelo intercomunicador dizendo que não podia quebrar as leis da física, quando o captão exigia mais velocidade e mais potência nos escudos da nave.

CENA CLÁSSICA: No episódio “The Trouble with Tribbles”, um Klingon começa a bradar insultos a ao capitão Kirk em um bar. Scotty acalma Chekov, dizendo que eles eram melhores do que isso, que não precisavam brigar por causa de meros insultos ao seu capitão. Mas no momento em que o Klingon passa dizer que a Enterprise era uma lata velha mal projetada e que deveria ser descartada como lixo, o próprio Scotty se levanta e desce o cacete no fanfarrão.

Essa era a miscigenada atmosfera da USS Enterprise NCC-1701, que também se tornou um “personagem” de toda a franquia, mudando de forma com o passar das eras na cronologia trekker.

Aos fãs, sempre doeu vê-la danificada ou até mesmo destruída, mesmo sabendo que certamente seria substituída por um modelo igual ou mais moderno.

Apesar de escrever sobre o espaço, Roddenberry sempre manteve uma concepção náutica em suas naves, com centenas de tripulantes, oficiais em pontes de comando e salas de máquinas. Aquela agilidade da Millenium Falcon fugindo das TIE Fighters em Star Warssimplesmente não existia em Star Trek.

As manobras de combate eram traçadas com antecedência, uma vez que as colossais naves se moviam lentamente.

A mira dos phasers tinha de ser caulculada pelo artilheiro e o os torpedos de photons carregados manualmente.As batalhas não eram rápidas, mas tinham o charme dos conflitos navais entre monstros de metal.

TECNOLOGIA

Star Trek estava sim à frente de seu tempo, não só em sua filosofia, mas como no campo tecnológico.

WARP SPEED


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Segrè and Chamberlain acabara de descobrir o antipróton em 1955 e Roddenberry já visualizava uma nave movida por uma reação de matéria/antimatéria, resultante em um electro-plasma que era canalizado pelos longos condutores na cauda da nave. Desta forma ela podia gerar um campo de distorção do contínuo espaço-temporal para impulsioná-la a velocidades mais altas que a da luz.

TELETRANSPORTE

O muito últil teletransporte não foi planejado, mas foi incorporado à série por causa de uma inconveniência frequente: dificuldades orçamentárias.

Simplesmente não havia dinheiro para filmar modelos de naves de transporte pousando e decolando de tantos cenários diferentes em miniatura. A solução foi simples. Por que simplesmente não teletransportar os tripulantes para os cenários de isopor pintado e papel crepom?

GADGETS

Fora as portas automáticas, as vídeo-conferências, os phasers atordoantes, os comunicadores de mão (o celular flipStarTAC se chamou assim em homenagem à série, é o que dizem), o gadget mais notável era o Tricorder. Era um sensor móvel, capaz de analisar materiais, campos energéticos e basicamente qualquer coisa estranha ao seu alcance. No início era meio que um trambolho carregado por Spock como uma bolsa, mas depois foi evoluindo para versões menores e com outras funções, como a de analisar seres vivos e dar diagnósticos médicos.

Tudo isso pode nos parecer trivial hoje, mas na década de 1960 estava além dos sonhos dos mais talentosos engenheiros. E o fato de muita dessa ficção ter virado realidade hoje é mais uma prova da validade da base científica empregada na série, parte de uma escola ferrenhamente defendida por Isaac Asimov desde que começou a escrever, fugindo dos antigos modelos mais simplificados da “fantasia pura” em troca de algo mais plausível em nosso mundo.

O FENÔMENO

Com o cancelamento em 1969, todos os envolvidos consideraram seus trabalhos feitos e encerrados. Não poderiam estar mais enganados.

Em vez de ser esquecida, a série seguiu justamente o caminho oposto. De alguma forma, suas reprises ficavam cada vez mais populares. E foi assim que uma geração inteira de fãs (re)descobriu Star Trek e o elevou ao status de cult.

Neste fervor de sucesso, em 1972 nasceu a primeira convenção trekker da história em Nova York. A ideia de convenções nerds não era nova (em 1970 aconteceu a 1ª Comic-Con em San Diego), mas certamente os trekkers ajudaram popularizá-las ainda mais.

Os organizadores da convenção esperavam algumas centenas de participantes, mas logo de cara tiveram que receber mais de 3000. Não era para menos, já que além de exibirem o inédito piloto “The Cage” em 16mm, ainda conseguiram levar nomes de peso, como o próprio criador Gene Roddenberry e um dos maiores autores de ficção-científica da história, o megaboga lendário Isaac Asimov.

James Doohan (Scotty) em uma das convenções trekkers.

As convenções cresceram em tamanho e em frequência e praticamente se tornou o novo “emprego” do elenco, que pulava de uma para outra, fazendo palestras, respondendo perguntas e dando autógrafos aos fãs.

Durante toda a década de 1970 tentou-se explicar o fascínio explosivo pela ficção-científica. Uma delas estaria intimamente ligada ao apogeu da corrida espacial, afinal o homem acabara de pisar na lua em 1969 e o programa Apollo continuava mandando seus astronautas para o espaço como se fosse para comprar leite na padaria.


Diante deste fenômeno, a NBC, detentora dos direitos, tinha a faca e o queijo na mão. Chegou a lançar uma série animadaentre 1973 e 1974 com as vozes originais (menos a de Walter Koenig), mas o grande planejamento mesmo era trazer a série live-action de volta sob a alcunha de Star Trek: Phase II. Embora isso não tenha acontecido, o astronômico e inédito sucesso de Star Wars nos cinemas (em 1977) pavimentou a estrada para a produção definitiva (que também vinha sendo cogitada) do primeiro longa metragem de Star Trek.

STAR TREK NO CINEMA

Em 1979 estreava Star Trek: O Filme, com um orçamento de US$ 35 milhões. Mas a maior batalha não foi travada no espaço e sim nos estúdios da Paramount Pictures. A produção tinha todo o elenco original da série, um diretor vencedor de Oscar (Robert Wise), colaboradores de peso como os mestres da ficção-científica Ray Bradbury e Isaac Asimov, só não tinha uma coisa: roteiro.

Quando o filme começou a ser rodado, apenas estava definido que uma grande ameaça estava indo em direção da Terra e só a Enterprise poderia salvá-la.

Brinca-se até que a famosa cena em que a nave adentra a misteriosa nuvem cósmica é tão demorada porque os roteiristas ainda estavam inventando o que haveria dentro dela.Mesmo sob essa imensa pressão, o roteiro funcionou e o filme foi um grande sucesso de bilheteria, chegando a quase US$ 140 milhõesno mundo inteiro.

Após viver um sucesso fantasma por uma década, finalmente Star Trek estava de volta, maior e melhor. A ressurreição bem sucedida colocou Kirk, Spock, McCoy, Sulu, Chekov, Uhura e Scotty no auge por 6 filmes no total, encerrando sua épica jornada em grande estilo e na hora certa.

FILMES DA TRIPULAÇÃO ORIGINAL

  • Star Trek: O Filme (1979)
  • Star Trek II: A Ira de Khan (1982)
  • Star Trek III: A Procura por Spock (1984)
  • Star Trek IV: A Volta para Casa (1986)
  • Star Trek V: A Fronteira Final (1989)
  • Star Trek VI: A Terra Desconhecida (1991)

A NOVA GERAÇÃO

Com todo esse sucesso, em 1987, ainda antes do 5° filme com a tripulação original, Roddenberry teve a oportunidade de criar uma nova série para a TV, Star Trek: The Next Generation (1987-1994).

Muitos se questionavam se ele seria capaz de repetir o sucesso da tripulação original. Afinal, quem estaria à altura para ocupar a ponte da Enterprise sob a sombra de mitos tão queridos?A genialidade de Roddenberry foi justamente não apostar no “mais do mesmo”. Em vez disso ele preferiu arriscar e mudar completamente o perfil da tripulação, começando pelo capitão.

No posto de capitão da Enterprise-D, o ator shakespeariano Patrick Stewart como Jean-Luc Picard, que era em essência, o completo oposto de Kirk. De pose clássica e refinada, era a imagem do oficial altamente treinado.

Um dos testes mais difíceis da Academia da Frota Estelarera o Kobayashi Maru (visto em “Star Trek II: A Ira de Kahn”). Em resumo, era uma simulação de um cenário impossível de se vencer. O único resultado possível é a destruição da nave e a morte de todos a bordo. O objetivo era testar a reposta dos aspirantes a capitães sob condições extremas. O jovem Kirk foi o único que venceu porque hackeou os computadores e alterou os parâmetros para sua vantagem.

Picard, por sua vez, jamais faria isso.

No entanto, o novo capitão tinha outras qualidades e ganhou respeito do público por sua liderança, autoridade, rapidez de pensamento e perspicácia diplomática.

A lógica e as habilidades mentais de Spock foram transmutadas em dois personagens. Um androide, Data (Brent Spiner), e em um novo posto de conselheira, ocupado pela betazoide empática Deanna Troi(Marina Sirtis).

Também compunham a tripulação o primeiro oficial William Riker(Jonathan Frakes), o engenheiro-chefe cego Geordi LaForge (LeVar Burton), a oficial médica Beverly Crusher (Gates McFadden) e a presença mais notável, o chefe de segurança e oficial tático Worf(Michael Dorn), que era nada menos que um Klingon.

Um Klingon na Enterprise? Sacada de mestre de Roddenberry, desafiando seu próprio conceito, que havia estabelecido muito bem os Klingons como uma raça totalmente antagônica (inimigos mortais de Kirk) durante 20 anos de série e filmes.

Com seus códigos de guerreiro e condutas agressivas, os Klingons eram vistos na série clássica como uma mistura espacial dos soviéticos com os japoneses da 2ª Guerra Mundial, representados obviamente segundo à perspectiva ocidental capitalista.

Mas qual era o argumento de Roddenberry? “Não existe isso de uma raça má”. Na Terra, povos podem entrar em conflitos e depois resolvê-los. Como Star Trek: A Nova Geração acontecia 74 anos depois do tempo de Kirk, era razoável acreditar que Klingons e humanos haviam acertado suas diferenças (tema que foi abordado em “Star Trek VI: A Terra Desconhecida”, como uma clara alusão ao colapso da União Soviética).

Era também uma afirmação que ele já havia aplicado à própria humanidade na década de 1960, sugerindo um russo na tripulação original, em plena guerra fria.

A série durou 7 temporadas e ganhou 4 filmes para o cinema. O primeiro dele Star Trek Generations (1994) reuniu os dois lendários capitães, Kirk e Picard, em um roteiro que começou muito bem e acabou muito mal.

O pico do sucesso e das críticas positivas foi atingido em Star Trek: Primeiro Contato (1996), onde os novos e temíveis inimigos da Federação, os Borgs, ameaçavam remoldar a própria história da humanidade em mais um bem sucedido roteiro envolvendo viagem temporal.

Infelizmente, o fim da Nova Geração no cinema não foi memorável quanto o da tripulação original. Os filmes seguintes não foram tão bem quanto os primeiros, sendo o último um fracasso em comparação a todos os outros, arrecadando US$ 67 milhões no mundo todo (se pagou e olhe lá).

FILMES DA NOVA GERAÇÃO

  • Star Trek: Generations (1994)
  • Star Trek: Primeiro Contato (1996)
  • Star Trek: Insurreição (1998)
  • Star Trek: Nemesis (2002)

OS SPIN-OFFS

Voltando um pouco atrás, é importante notar que outras séries de TV surgiram, pegando carona na melhor fase da franquia.

Star Trek: Deep Space Nine (1993-1999)

Foi criada pelos produtores Rick Berman e Michael Piller, sem Gene Roddenberry (falecido em 1991), e era um spin-off direto de The Next Generation, com cross-overs e tudo. Se passava na mesma época, só que acompanhava o dia-a-dia de uma estação espacial cardassiana ocupada pela Federação.

A ideia soava meio estranha aos fãs, acostumados com o conceito de exploração espacial. A premissa de DS9 era mais política.

Segundo os produtores, a inspiração veio da conturbada situação entre Israel e Palestina. Na série, após a libertação dos bajorianos de uma sangrenta ocupação cardassiana, a Federação entrou no meio para tentar manter um clima controlado em um verdadeiro barril de pólvora.

Para piorar, a estação ficava próxima a um dos poucos wormholes(buracos de minhoca) estáveis da galáxia. Este fenômeno (que para os astrofísicos é apenas teórico) funcionava como um portal direto para o inexplorado quadrante gamma. Ou seja, qualquer coisa poderia surgir dali.

A trama acabou evoluindo para um conflito aberto, que proporcionou memoráveis cenas de batalha como jamais vistas na franquia. Durou 7 temporadas.

Star Trek: Voyager (1995-2001)

Veio quase como uma resposta aos que não gostaram da ideia estática de DS9. Querem exploração? Aqui vai. A nave Voyager(nome conveniente) esbarrou em uma anomalia espacial que a jogou no quadrante delta, também desconhecido pela humanidade.

A 70.000 anos-luz de casa, era impossível voltar, mesmo em velocidade de dobra máxima, no tempo de vida da tripulação.

O jeito era vagar pelo espaço à procura de uma outra solução. Fãs machistas gostam de implicar, justificando que isso só poderia ter acontecido com uma nave com uma mulher no comando, a capitãKathryn Janeway (Kate Mulgrew). Vê se pode. Durou também 7 temporadas.

Enterprise (2001-2005)

Foi um passo completamente diferente. Um prequel. Havia boatos de que a ideia era mostrar as aventuras de Sulu na USS Excelsior, nave que ele comanda em Star Trek VI: A Terra Desconhecida(1991).

Mas a série acabou contando a história da primeira Enterprise, sob o comando do capitão Jonathan Archer (Scott Bakula). Antes de Kirk, Spock e companhia, em uma época em que a Frota Estelar estava ainda se estruturando, sob tutela dos vulcanos.

Muitos dizem que a série começou em uma época pouco interessante e que gastou muito tempo definindo conceitos que os fãs já conheciam bem das séries anteriores. Ou seja, tinha o tenebroso fator whatever.

A série só ganhou velocidade mesmo na 4ª temporada. Mas aí era tarde demais, com a audiência baixa, os constantes cortes de orçamento logo se transformaram em cancelamento.

AO INFINITO E ALÉM

Depois do fracasso de Star Trek: Nemesis nos cinemas em 2002 e da série Enterprise em 2005, Star Trek estava sérios em apuros. Pela primeira vez desde 1987 não havia uma série na TV, tampouco qualquer perspectiva de um filme para o cinema.

A franquia entrara em coma.

Com uma linguagem inteiramente nova sobre o tema espacial, seguindo a nova onda de episódios contínuos em vez do formato tradicional americano de episódios independentes, rápidos, tensos e inteligentes, instaurada pelo espetacular remake de Battlestar Galactica em 2003, Star Trek teria de se reinventar ou morrer de vez.

E essa foi a missão dada a J.J. Abrams: ressucitar Star Trek.

Em uma decisão corajosa, propôs um reboot da série com as figuras mais icônicas da franquia, a própria tripulação original. Visto tudo o que se passou por mais de 40 anos de altos e baixos, parece um conceito inescapável, mesmo sabendo que iria bater de frente com inevitáveis comparações entre os novos atores e as imortalizadas atuações de William Shatner, Leonard Nimoy e cia.

Basta esperar para ver se, a longo prazo, Abrams conseguirá passar pelo seu próprio teste Kobayashi Maru: angariar uma nova geração de fãs e ainda agradar a velha guarda. Sem trapacear!

Fonte: Jovem Nerd

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