‘Pai’ da internet critica desconexão para combater downloads "alternetivos"
Para Tim Berners-Lee medida viola "direitos fundamentais" do cidadão.
Criador da World Wide Web se preocupa com "espionagem" de usuário.
Tim Berners-Lee, considerado o “pai” da internet por ser o criador da World Wide Web (www), mostrou-se contrário à intenção de vários governos europeus de cortar o acesso à web dos usuários que fizerem downloads ilegais.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (1) no Parlamento Europeu, Berners-Lee advertiu que o controle dos movimentos dos usuários na rede, necessário para detectar se descumprem as leis de propriedade intelectual, pode representar uma violação dos "direitos fundamentais" das pessoas.
Para o criador da www, essa "espionagem" é um "problema", e "não deveria ser feita".
O “pai” da internet lembrou ainda que experiências anteriores mostram que quem busca cometer crimes na web sabe encontrar novas fórmulas para compartilhar arquivos com sistemas que escondam essa troca por trás de outras rotinas.
"Podem fazer com que pareça, por exemplo, uma sessão de vídeo. Então, será preciso espionar com muito cuidado para saber se é uma videoconferência entre alguém na Europa e seu colega que está lutando no Oriente Médio ou se é alguém transferindo um DVD", explicou Berners-Lee, acrescentando que muitos reivindicariam que a internet é um direito e, portanto, seu corte seria algo como “cortar a água”.
Ainda segundo ele, desconectar toda uma família porque alguém fez download de conteúdo protegido seria algo que, nos EUA, seria considerado um castigo "cruel e incomum", disse, em referência à fórmula que aparece na oitava emenda da Constituição do país, e, portanto, seria "inconstitucional".
Mesmo concordando que os artistas devem ser recompensados por seu trabalho, Berners-Lee defendeu a necessidade de facilitar que os usuários "façam o certo". Por isso, ele expressou sua satisfação com a tendência das companhias de utilizar formatos sem restrições para os arquivos de música e vídeo, que oferecem vantagens aos consumidores.
Via: G1
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